Castelos de Portugal

Glossário

Descubra o significado de diversos termos relacionados com os Castelos de Portugal. Este glossário está muito pequenino: se se sente inspirado(a), colabore.

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Dicionário
A
Albarrã
Torre que se destaca da muralha através de um passadiço. Criação genuína da engenharia militar Almóada, a albarrã servia vários objectivos: por um lado permitia uma mais eficaz defesa dos muros pelo ângulo criado; por outro, possuía por vezes os conhecidos mata-cães nos passadiços, dos quais se atingia o inimigo; por fim, e constata-se isso nas muralhas da Almedina de Silves, quando se colocavam junto a entradas, dificultavam a utilização de engenhos (aríetes, por exemplo) usados para derrubar portas.
Alcáçova
Aglomerado populacional existente dentro dos muros de um castelo. Exemplo: Óbidos.
Al-Gharb Al-Andalus
Designação Árabe para o seu território conquistado na Península Ibérica. Al-Gharb significa Ocidente.
Almedina
Palavra árabe que significa "cidade", a almedina é a zona mais antiga de uma povoação, e encontrava-se muitas vezes protegida por muralhas, como é o caso do Arco de Almedina em Coimbra.
Almóadas
Movimento religioso, surgido em Marrocos, de contestação aos Almorávidas. Após constituição de um califado, os Almóadas reconquistaram os castelos de Santiago do Cacém, Alcácer do Sal, Sesimbra, Palmela e Almada ao rei D. Sancho I, e dominaram o Al-Andalus entre 1190 e 1217. Ver 400 Anos de Presença Islâmica.
Almorávidas
Emirato com sede em Córdoba que governou o Al-Andalus entre 1095 e 1144. O seu reino foi caracterizado pela intolerância religiosa, tendo muitos moçárabes que fugir para a zona de influência cristã. Ver 400 Anos de Presença Islâmica.
Ameia

Ameias e merlões com seteiras no castelo de PenelaCada um dos pequenos parapeitos, separados por intervalos, na parte superior das muralhas e castelos. Na ilustração do castelo de Penela ao lado, podemos ver as ameias, os merlões e as seteiras.

Atalaia
Torre ou ponto alto onde se vigia o território. Ver Atalaia Magra, Moura.

B
Balhesteira
Usadas na arquitectura militar medieval, as balhesteiras são fileiras de frestas por baixo do parapeito, salientes de uma barbacã ou de uma parede, através das quais era possível lançar chumbo a ferver ou pedras sobre o inimigo. [Sandra Campos mailto:rdd22317@mail.telepac.pt]
Balística
Estudo da trajectória dos projécteis. Ver Da Neurobalística à Pirobalística.
Baluarte
Muralha defensiva de terra cercando uma fortaleza ou praça-forte, por vezes encimada por um parapeito de pedra, com face e flancos de defesa. [Sandra Campos mailto:rdd22317@mail.telepac.pt]

C
Castelo
Fortaleza à antiga, com muitos muros, fossos e torres; residência real ou senhorial.
Castro
Campo ou fortificação pré-Romana ou Romana.

F
Foral
Carta de Foral ou Foro era um documento entregue pelo rei ou outro senhor feudal aos habitantes de uma povoação. Esta tornava-se um Concelho e gozava de privilégios fiscais e administrativos especiais, bem como obrigações. Os símbolos da sua autonomia eram a Casa da Câmara e o Pelourinho, este último sendo o local onde se justiçavam os criminosos.

L
Légua
Medida itinerária, equivalente a cinco quilómetros.

M
Mata-cães
Varanda de estilo gótico, com dois mata-cães redondos, no castelo do LindosoAbertura nas muralhas, passadiços ou varandas dos castelos por onde se arremessavam projécteis sobre os atacantes.
Merlão
Parte saliente de um parapeito que separa duas ameias. Em muitos casos, os merlões estavam guarnecidos de seteiras. Ver ameia.
Moçárabes
Denominação pela qual são conhecidas as populações Romano-Góticas que mantiveram os seus usos, costumes e crenças espirituais, apesar de se encontrarem sob o domínio Árabe (do século VIII ao XI). Não existem dados muito concretos sobre o número aproximado de Moçárabes, as suas áreas de fixação ou até a sua estrutura institucional, política e religiosa. No entanto, poderemos afirmar que, devido à perseguição Árabe, se fechavam em zonas onde procuravam manter e salvaguardar alguns dialectos Românicos e os ritos religiosos de origem Visigoda (rito Moçárabe) e cultivavam uma arte moçárabe, predominantemente arquitectónica, onde à simplicidade Visigótica se associavam pequenas influências muçulmanas. Em caso de ameaça crescente, migravam para outras zonas mais seguras, provocando oscilações constantes na fronteira moçárabe-muçulmana na Penísinsula Ibérica.

N
Neurobalística
Tecnologia de lançamento de projécteis com flexão ou torção, como setas. Ver Da Neurobalística à Pirobalística.

O
Omíada
Dinastia Árabe com sede em Córdoba que governou o Al-Andalus entre 756 e 1031. Ver 400 Anos de Presença Islâmica.

P
Pirobalística
Tecnologia de lançamento de projécteis com pólvora, como tiros de canhão. Ver Da Neurobalística à Pirobalística.

R
Raia seca
Troço de fronteira terrestre não definida por um curso de água (em oposição a raia fluvial).

S
Seteira
Estreita ranhura nas muralhas do castelo por onde se atiravam setas aos atacantes. Ver ameia.

T
Taifas
Palavra árabe que significa partido. Pequenos reinos islâmicos na Península Ibérica, resultado da fragmentação do poder político, primeiro do Califado Omíada (1031-1095), e depois do Emirato Almorávida (1144-1147). Dividiram-se em três grupos: os berberes, estabelecidos em Málaga; os árabes, que ocuparam Córdova, Sevilha, Badajoz, Saragoça, etc.; e os eslavos, que se apoderaram de Almeria, Baleares, Valência e Tortosa. Ver Taifas I e Taifas II nos 400 Anos de Presença Islâmica.
Taipa
Parede feita de barro amassado e calcado, por vezes misturado com cal para controlar a acidez da mistura. Embora seja um material de construção bastante utilizado, sobretudo em regiões argilosas, e tenha uma resistência comparável ao cimento, não foi muito usado para a construção de fortificações. Ver Torre de Taipa, em Moura.

V
Vauban
Sébastien Le Prestre, Marquês de Vauban (1633-1707), marechal e engenheiro militar Francês. Nomeado comissário-geral das fortificações por Luís XIV em 1678. O estilo de fortaleza que desenvolveu tem vários representantes em Portugal, p. ex. o Lindoso.
Vexilologia
Estudo e desenho de bandeiras.
Visigodos
Significa Godos do Ocidente. Os Godos, povo Germânico saído da Escandinávia no século I, constituíram no século III um grande estado na Europa Oriental, entre os rios Don e Danúbio. A chegada dos Hunos (375), vindos da Ásia Central iria dividi-los definitivamente em dois grupos: Ostrogodos (Godos do Oriente) entre o Don e o Dniepre, e Visigodos (Godos do Ocidente) entre os rios Dniepre e Danúbio.

Com Alarico I (370-410), os Visigodos passaram para a Itália e, dali, com Ataúlfo, para a Hispânia (411). O seu reino, apoiado por Teodorico e Eurico, alcançou o apogeu com Leovigildo, cujos filhos, Hermenegildo e Recaredo, abjuraram o Arianismo e converteram-se ao Catolicismo, institucionalizando os Concílios de Toledo. As lutas internas levaram a que o seu último rei, Rodrigo, fosse derrotado pelos Muçulmanos vindos do Norte de África na batalha de Guadalete (711). A arte visigótica que chegou aos nossos dias é constituída principalmente por arquitectura (p. ex. São Frutuoso de Montélios), escultura subjacente à arquitectura (frisos, capitéis) e ourivesaria (p. ex. os tesouros de Guarrazar e Torredonjimeno, em Espanha).


Pesquisa

Dicionário Universal Texto Editora, da Priberam

Termo:


Colaboradores Sandra Campos mailto:rdd22317@mail.telepac.pt
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