Omíada | Taifas I | Almorávida | Taifas II | Reis Portugueses | Almoada | Reconquista
A conquista da península de Setúbal e do vale do Sado pelos exércitos islâmicos, (árabe e berbere), comandados por Abdalziz, terá ocorrido entre os anos 712 e 715. Os defensores cristãos, em minoria, não terão dificultado a ocupação das cidades de Alcácer do Sal (a Salácia Romana) e Santiago do Cacém (a Miróbriga Romana).
Terminada a conquista da Península Ibérica e consolidado o domínio das cidades é fundada em 756 a dinastia Omíada que a partir de Córdova, elevará a civilização do Al-Andaluz (a Península Ibérica Muçulmana) a um elevado prestígio.
Administrativamente, o Emirado de Córdova foi dividido em províncias (denominadas kuwar) e "concelhos" (denominados kurar), na continuação da divisão administrativa romana.
O Al-Garb Al-Andaluz (o ocidente da Península Ibérica) ficou sujeito aos kuwar de Badajoz, Silves e Mértola.
Alcácer do Sal (designada pelos muçulmanos de Al-Kasar Abu-Danis, o castelo de Abu-Danis) era um kurar dependente do kuwar de Badajoz. O seu castelo ainda hoje reflecte a importância da vila, a sede administrativa das terras da península de Setúbal e do vale do Sado. Foi de Alcácer do Sal que, no ano de 997, partiu a armada que apoiou o ataque Almansor a Santiago de Compostela.
As rivalidades étnicas entre árabes, berberes e escravos conduziram o Califado Omíada a uma prolongada guerra civil e ao seu colapso em 1031.
Na sequência dos conflitos no Califado, os chefes dos kuwar cortaram as dependências com Córdova, formando pequenos reinos taifas (cerca de vinte e três em todo o Al-Andaluz).
No Al-Garb Al-Andaluz, o reino de Badajoz, chefiado pela família Banus L-Aftas, dominava as terras entre o rio Douro e o vale do Sado. Alcácer do Sal era o principal castelo e centro urbano deste reino, na costa atlântica a sul do Tejo.
As guerras e rivalidades entre o reino de Badajoz e os reinos vizinhos de Silves, Mértola e Sevilha, facilitaram o avanço cristão para sul e em 1085, Afonso VI de Leão e Castela (avô materno de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal) conquistou Toledo e aproximou-se de Badajoz e Sevilha. Os chefes dos reinos taifas solicitaram auxílio ao emir almorávida de Marraquexe, Yusuf B. Tasufim (1061 a 1104) que conseguiu conter a ofensiva cristã. Aproveitando o prestígio alcançado, anexou os reinos taifas e criou um império que abrangia todos os territórios islâmicos da Península Ibérica e Marrocos.
Esta nova realidade política trouxe também o renascer da exaltação da fé islâmica e a intolerância religiosa. Os moçárabes (cristãos que viviam em território muçulmano) são perseguidos e fogem para o norte cristão.
Após a morte do emir, ocorrida em 1104, o Emirado Almorávida entra em lento declínio. Em Marrocos surge um movimento de oposição religiosa, os Almoadas que, em 1147, tomam a cidade de Marraquexe e asseguram o controle de todo o território marroquino.
No Al-Garb Al-Andaluz, os governadores de Mértola, Beja e Silves aproveitaram o declínio do Emirado Almorávida e tornam-se "independentes" em 1144, iniciando um novo período de reinos taifas.
O reino de Beja governado por Abu Sidray B. Wazir, dominava os castelos de Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Almada, Sesimbra, Palmela, Santarém e Lisboa.
Depressa surgem rivalidades e guerras entre os reinos taifas de que tiraram partido o reino de Portugal (ao norte) e o Califado Almoada (ao sul).
Em 1147, o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, conquistou os castelos de Almada, Sesimbra e Palmela. No ano de 1157, toma ao rei taifa de Beja, com o auxílio de cavaleiros templários, o castelo de Santiago do Cacém e no ano seguinte, após uma longa resistência assegura o controlo do castelo de Alcácer do Sal.
Em 1190, o califa almoada Al-Mansur lançou uma grande ofensiva que conduziu à reconquista dos castelos ao rei de Portugal, então D. Sancho I.
Nesta ofensiva foram reconquistados sucessivamente os castelos de Santiago do Cacém, Alcácer do Sal, Sesimbra, Palmela e Almada.
"Em Palmela", diz-nos Al-Idrisi (um cronista árabe), "os defensores quiseram render-se mediante a entrega do castelo, se tivessem a vida salva e pudessem retirar-se para o país dos cristãos. O soberano (Al-Mansur) consentiu nisso e eles puseram-se a caminho desse país, deixando os seus bens que foram objecto de saque."
Nesta ofensiva foram destruídos os castelos de Sesimbra, Palmela e Almada.
Cerca de 1200, o exército de D. Sancho I, auxiliado pelos cavaleiros da Ordem de Sant'Iago, retoma os castelos de Almada, Palmela e Sesimbra, então destruídos e que mandará reedificar.
Em 1217, já no reinado de D. Afonso II, são reconquistados os castelos de Alcácer do Sal e Santiago do Cacém.
O exército que conquistou Alcácer do Sal, foi comandado por D. Soeiro, Bispo de Lisboa, à frente de um exército de Cruzados e de cavaleiros da Ordem de Sant'Iago, que partiu numa esquadra do local onde hoje se ergue Setúbal, a 2 de Agosto de 1217.
Colaboradores | Texto: Região de Turismo da Costa Azul |
---|---|
Outras Páginas |