Era necessário defender a velha estrada romana de Santarém a Coimbra e evitar aos muçulmanos possíveis travessias do Tejo, ameaças imediatas a Santarém e Lisboa.
Aproveitou-se na construção muita pedra da cidade-morta de Além da Ponte, a Sellium romana, na margem fronteira do Nabão. Este castelo revela a mais avançada arquitectura militar da época, a que se realizava na Terra Santa, trazida por Gualdim Pais e outros cavaleiros Templários - duas cintas de muralhas, o emprego conjunto de torres redondas e cubelos, semelhanças de portas de muralhas, a maravilhosa Charola inspirada no Templo de Jerusalém.
Em 1190, com o intuito de retomar Silves, o emir de Marrocos à frente de grande exército acrescido de tropas dos reis andaluzes, deixou cercada aquela grande praça algarvia e avançou para o norte, cruzou o Tejo, cercou Santarém com o rei D. Sancho I dentro, destroçou Torres Novas e Abrantes e dispunha-se a fazer o mesmo a Tomar. Mas ao fim de seis dias os Templários mantinham invicto o castelo, onde se refugiara a população, e causavam tremendas baixas aos mouros, principalmente quando estes conseguiram forçar a porta do sul e entrar aos milhares na cerca exterior. Num imediato contra-ataque os cristãos repeliram os islamitas com tal ímpeto que a porta do assalto e da fuga dos inimigos passou a ser conhecida como Porta do Sangue.
Foram-se os assaltantes, mas antes arrasaram a vila.
Mais tarde a Ordem dos Templários deu origem à Ordem de Cristo, que viria a ser extinta em 1834. Tal facto acabou por transformar esta rara obra de arte em casas de aluguer, currais, refúgio de ladrões. Do precioso recheio continua-se hoje sem nada saber.
Zona dos Paços do Infante D. Henrique, governador e reformador da Ordem de Cristo, situados entre a alcáçova com a sua altaneira torre e o Claustro da Lavagem, já parte do convento dos monges cavaleiros.
Colaboradores | Texto e imagens: Paulo Graça Rodrigues |
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