Na época Romana (entre meados do século I d. C. e o século V d. C.) a ilha foi um centro produtor de preparados de peixe. Deste período, para lá dos vestígios dos tanques de salga (recentemente postos a descoberto), terá subsistido o nome Pessegueiro.
Durante séculos foi refúgio de piratas. Conta uma tradição que um dia chegaram à ilha uns piratas norte-africanos que aí só encontraram um eremitão, decidido a defender a capela à sua guarda e impedir a todo o custo o seu próprio cativeiro. Os piratas mataram-no, saquearam o que existia na capela e atiraram para um silvado a arder a imagem da Virgem e depois partiram. Vieram então as gentes de Porto Covo dar um pouco de arranjo aos destroços e enterraram o eremitão.
Não vendo a imagem procuraram-na por toda a ilha, indo descobri-la intacta sem qualquer dano. O povo de Porto Covo colocou-a então numa outra ermida que passou a ser conhecida por Capela de Nossa Senhora da Queimada.
A necessidade de defesa da ilha dos piratas terá contribuido para que, em 1603, Filipe III encarregue Alexandre Massay do projecto da construção de um forte na "Ilha do Pixiguero". É possível que este forte não tivesse resistido às investidas de piratas ou de um ataque espanhol nas guerras de restauração.
Em finais do século XVII, D. Pedro II ordenou a construção de novo forte. Nesta época, teria uma guarnição de 30 homens e cinco peças de artilharia comandados por João Rodrigues Mouro.
Para evitar um ataque a partir do continente é construído o forte da "ilha de dentro", hoje abandonado. Neste forte ainda é possível ver
"o seu fosso e as bem aparelhadas muralhas quase intactas. Para o lado sul eleva-se em dois pavimentos, protegidos por meios-baluartes nos ângulos sudeste e sudoeste, e entre eles a porta e eixo da cortina. Para o túnel de entrada comunicam dependências de aquartelamento, cozinha, depósitos sobre estas, outras, mais iluminadas e arejadas. Do átrio uma escada larga conduz ao amplo terraço, mirante directo da ilha do Pessegueiro, da praia, dos rochedos que protegem Porto Covo, da continuidade da orla marítima até Sines. Sobre as salas do segundo pavimento de nível com vasto terraço, um outro eirado desfruta obviamente de melhor domínio visual. Evidencia todo o forte a preocupação do melhor aproveitamento para plataformas de tiro e da mobilidade que permitisse fazer fogo com rapidez para qualquer ângulo. Em ruínas está a guarita cujos vestígios são visíveis no fosso do lado poente".
(Júlio Gil em "Os Mais Belos Castelos de Portugal")
Colaboradores | Texto: Região de Turismo da Costa Azul |
---|---|
Outras Páginas | DGEMN: Forte do Pessegueiro / Forte da Ilha de Dentro |