Segundo Pinho Leal, a primitiva fortificação de Torres Vedras teria sido construída pelos Godos ou Alanos, mais tarde reedificada e ampliada pelos Mouros.
No entanto, o cimento que reveste uma das cisternas, várias moedas e lápides, que se encontram no Museu Municípal, atestam a presença dos Romanos em Torres Vedras e a maior antiguidade da construção. Reconstruído por D. Afonso Henriques após a conquista aos Mouros, foi ampliado, no final do século XIII, por D. Dinis.
Em 1373, D. Fernando manda-o reparar e, em 1516, D. Manuel I procede a sua reconstrução, da qual restam ainda a porta ogival encimada pelas armas nacionais manuelinas, ladeadas por esferas armilares, com a Cruz de Cristo.
No século XVI, voltou a ser reparado por D. João Soares de Alarcão e Melo, alcaide-mor de Torres Vedras.
Em virtude do terramoto de 1755, apenas restam panos de muralha que assentam em muros de épocas anteriores à Idade Média; uma pequena torre cilíndrica a S.E. (que tem no interior uma sala de dois corpos e dois planos com abóbada de nervuras); no terreiro sinais do antigo paço, locais de cisternas e as ruínas do Palácio dos Alcaides, construído sobre alicerces e muros de edificações anteriores.
Este palácio era composto por dois andares que davam para um pátio interior que tinha cisterna. Dele apenas restam todas as paredes exteriores, a porta de entrada e, no rés-do-chão, existem ainda pedaços de parede e chão em pedra e tijoleira e as mísulas em pedra, que sustentavam o travejamento do andar superior; deste restam as cantarias das janelas.
Em 1810, o Castelo passou a forte das Linhas de Torres e, em Dezembro de 1846, serviu de quartel as tropas do Conde de Bonfim, de que resultou o agravamento do seu estado de ruína provocado pela explosão do paiol da pólvora.
As muralhas da vila, outrora circuito defensivo, desapareceram quase por completo. Ainda que, em 1830, se tenha procedido a reconstrução dos lanços oriental e norte. hoje apenas restam vestígios na parte leste do Castelo. Dentro da área cercada pela cintura de muralhas situa-se a Igreja de Santa Maria do Castelo, junto da qual existe uma cisterna.
A rodear a igreja há um cemitério medieval, soterrado, do qual se retiraram algumas cabeceiras de sepultura, que actualmente se encontram expostas no Museu Municipal de Torres Vedras.
Em 1886 e já na década de 1980, novamente se tem levado a cabo obras de reconstrução do Castelo. Também nesta direcção tem havido campanhas arqueológicas no recinto do Castelo, cujos resultados tem sido animadores e que, por isso, haverá que manter e incentivar.
Colaboradores | Texto e imagens: Câmara Municipal de Torres Vedras |
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